Existem vários temas que certamente hão-de jogar com o futuro do novo governo de Sócrates, mas sem dúvida, um dos mais problemáticos terá a ver com as alterações que o governo irá propor ou não, para a avaliação e caracterização da carreira dos professores.
À sombra da maioria absoluta, Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues persistiram na incompetência da criação e implementação de uma avaliação desconexa para os professores, e para uma divisão sem sentido da carreira docente, com um único e simplório objectivo economicista.
Tendo sido no geral, todo o sistema de avaliação para a função pública, (SIADAP), distinguido pela incoerência e injustiça, todas estas inconsistências sobressaíram na avaliação dos docentes, cuja especificidade profissional é bem conhecida de todos.
Mas o problema da Educação não se resumiu aos professores, pois foi implementada uma politica de facilitismo denunciada nas provas dos exames nacionais e nos critérios adoptados para as chamadas “novas oportunidades” que apenas se justificaram devido à obsessão doentia de atingir artificialmente níveis estatísticos europeus pré definidos.
Pondo de lados todas as questões sindicais e politicas, cá estamos nós, todos alegres e felizes, com turmas de alunos ignorantes e deseducados, professores desmotivados e mal-pagos, que simplesmente denunciam a existência de um sistema de educação doente, que a continuar assim, sem sombra de dúvida impedirá que se atinjam os objectivos necessários de qualidade e competência indispensáveis para uma evolução cultural e cientifica efectiva para o nosso pequeno rectângulo situado numa das pontas do continente europeu…
Conseguir-se-à a ambicionada estabilidade governamental?