Muito se fala da avaliação dos professores, no entanto a inabilidade das avaliações não se limita ao ramo do ensino. Na função pública todo o sistema de avaliação (SIADAP) está a ser implementado sob o teor da incongruência e inconsistência.
Assim, apesar da sua entrada em vigor há alguns anos, continuam vários sectores da função pública a não aplicar o SIADAP.
Nos casos em que se encontra em aplicação, algumas das regras previstas na lei, como sejam a atribuição dos prémios de desempenho, são esquecidas quando interessa esquecer.
A definição dos objectivos e respectivo desenvolvimento da avaliação, em vez de ser o espelho das actividades a concretizar transforma-se numa nova actividade e na “acção prioritária”, provocando a redução de produtividade nas actividades essenciais.
A atribuição de cotas para os “Excelentes” e os “Muito Bons”, provocam situações caricatas como seja a existência de divisões com produtividade alta que só têm direito a um MB e divisões sem produtividade que têm “direito” igualmente a um MB.
Não existe comparação e confronto entre desempenhos de funcionários com tarefas semelhantes em divisões diversas.
Apesar da obrigatoriedade das cotas, nos casos de recurso as mesmas são esquecidas.
A injustiça e a desmotivação imperam. O favoritismo e o compadrio predominam.
Enfim, contrariamente ao propalado pelo governo a actual avaliação do desempenho é hipócrita e muito menos justa do que a anteriormente existente.
O SIADAP na versão actual, só se compreende e justifica se o seu objectivo for a desmotivação do funcionário público e a redução dos quadros a longo prazo.
Esta constitui mais uma produção à imagem de Sócrates.
2 comentários:
Cada vez que falo do SIADAP digo que é uma lei feita por fascistas.
E mantenho a opinião.
Concordo plenamente
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